- Exploração Florestal
- Gestão e Condução de Povoamentos de pinheiro Manso
- Tiragem e Compra de Cortiça
- Compra e Venda de Pinhas Mansas
- Enxertias em Pinheiro Manso
Boas Práticas Florestais
Boas práticas florestais em montados de sobro (ou sobreirais)
O sobreiro é a segunda espécie florestal Portuguesa e ocupa 23% da área dos povoamentos florestais.
Portugal é o maior produtor Mundial de cortiça com cerca de 50% da produção
A cortiça representa 2% das exportações Portuguesas.
1º eliminação da vegetação espontânea
a) Deve ser uma prioridade porque:
- Reduz o risco de incêndio
- Diminui a competição pela água e nutrientes do solo
- Facilita a tiragem e extracção da cortiça
b) Como deve ser executada:
- Utilizar corta matos ou capinadeira acoplada ao trator
- Utilizar moto-roçadoras
c) Precauções na sua execução:
- Realizar as operações com o tempo húmido
- Ou seguidas de períodos de chuva
- Nunca realizar operações de desmatação no período mais quente do dia porque tal procedimento acarreta um risco elevado de incêndio.
d) É “ proibido” mobilizar (lavrar, gradar,cavar, mexer.) o solo em montados de sobro ou em sobreirais porque:
- O sistema radicular do sobreiro pode ir a mais de 10m de distância ou seja, a mais de duas vezes a largura da copa e a (+-) 15cm de profundidade.
- Uma gradagem de discos a 20cm de profundidade elimina 40% do volume radicular da arvore.
- -Uma gradagem a 40cm de profundidade elimina 70 % do volume radicular da arvore
e) O sistema radicular do sobreiro está dividido em duas partes fundamentais:
- 1º - um subsistema radicular á superfície (microrizas)a 15cm
- 2º - um subsistema radicular em profundidade que pode ir a 3 ou 4 metros.
f) A conservação do solo é um fator determinante:
- São precisos 30 anos para se formar uma camada de 1mm compacto de matéria orgânica no solo.
- Não deve mobilizar o solo porque:
- Corta as raízes superficiais
- Aumenta o risco de erosão
- Aumenta a aridez da terra, retirando-lhe a humidade
- Desfaz o manto de folhas em decomposição que actua como condensador e protege a humidade.
O descortiçamento:
O descortiçamento é a operação que consiste na retirada da casca do sobreiro, (cortiça) e efectua-se geralmente de 15 de Maio a finais de Agosto dependendo sempre das condições atmosféricas.
Cuidados a ter:
- Retirar sempre os calços do sobreiro ou zelar para que os tiradores o façam
- Caso se verifiquem ventos quentes ou chuva deve suspender-se descortiçamento
- Quando a cortiça não dá ou não se descola não se deve forçar a extração
- Quando por negligência se lavram sobreiros estes também não querem dar a cortiça, deve ser adiada a operação de tiragem para o ano seguinte.
- Não ferir o sobreiro com o machado, porque as zonas afectadas dificilmente cicatrizam e desvalorizam as pranchas de cortiça nas próximas tiragens.
- Zelar para que se desinfectem as ferramentas de arvore para arvore.
- Não fazer aumentos a arvores com cortiça delgada, com uma copa debilitada ou em aparente declínio.
- Sempre que a anterior tiragem sofreu um descortiçamento exagerado, é prudente recuar a arvore para o limite que consideramos regular para proteger a arvore e as futuras tiragens porque ao fazer isto estamos a zelar pelos interesses dos subericultores e das arvores.
As podas
Realizam-se 3 tipos de podas:
- Poda de formação
pretende-se dar á arvore uma forma adequada á sua exploração futura. - Poda de manutenção
Pretende-se dar á arvore uma uma forma e dimensão da copa equilibradas. - Poda sanitária
Pretende-se eliminar os ramos mortos e ou com vestígios de pragas ou doenças.
A poda de formação e ou desrame de sobreiros deve ser feita aos poucos, ou seja em várias intervenções.
Ocasiões:
- Pela 1ª vez quando a arvore tem cerca de 1m, 1,5m
(quando a arvore tem entre 4 e 9 anos) - Pela 2ª vez quando tem cerca de 3m de altura
(quando ela tem entre 10 e 15 anos) - Pela 3ª vez três anos após a desboia
(1º descortiçamento) - Pela 4ª vez três anos após a extração da cortiça secundeira
(As podas não podem realizar-se nos 2 anos antes do descortiçamento nem nos dois anos seguintes a este)
Não devem ser retirados á arvore mais de 1/3 dos ramos vivos em cada operação, deve ser mantida a máxima quantidade de ramos verdes expostos á luz e radiação solar porque são estes que contribuem para a sintese dos elementos essenciais. existe um equilíbrio entre o sistema aéreo e o sistema radicular da planta que não deve ser perturbado ou desfeito.